Há pouco mais de 30 dias, minha segunda mãe, Cimar, partiu de forma repentina. Sem qualquer aviso, sem qualquer intuição. Pelo contrário: eu tinha a certeza de que ela ficaria bem.
Mamis Cimar era uma daquelas pessoas que deixam marcas profundas na vida da gente. Alegre, falante, divertida… foi com ela que aprendi a apreciar uma boa cerveja e, mais do que isso, a celebrar a vida nas suas pequenas alegrias.
E, de repente, eu estou sem ela.
No meio desse turbilhão de sentimentos, março me trouxe uma experiência única: conheci Luanda, em Angola — a minha primeira vez no continente africano. Um sonho antigo começava a ser realizado. Eu sonho em conhecer a África inteira, e não por acaso escolhi começar por Angola. Talvez por conta da música, talvez por amigos queridos que vêm de lá, ou talvez porque o universo sabia o que meu coração precisava.

Minha palestra em Luanda
Fui convidada para participar da primeira edição do evento Imersao Tech Angola , e o encanto começou muito antes da minha palestra: conheci palestrantes incríveis que já anunciavam que aquele seria um evento diferente, especial ( André Simões , Dennis Cheng Nakamura , Marcello Nicolielo e Tomás Camba )
O título da minha palestra? “AI: Não é sobre o futuro. É sobre o agora.”
E eu comecei com uma provocação:
“O que é sagrado para você?”
Em seguida, lancei outra pergunta
“E se você ganhasse 10 horas por semana, o que faria com elas?”
Te faço as mesmas perguntas agora…
Dados e IA
A verdade é que, embora os dados sejam comparados ao novo petróleo, o tempo é sagrado. E é por isso que eu acredito tanto na Inteligência Artificial — porque quando usada da forma correta, ela nos ajuda a trabalhar de outra forma, economizando (no trabalho) aquilo que temos de mais precioso: tempo.
Empresas que utilizam IA com responsabilidade ganham eficiência, vantagem competitiva e lucros. Mas não existe IA sem dados.
E aqui devemos lembrar que não é só sobre trabalho: é sobre humanidade. Nossos dados são registros da nossa existência. Por exemplo, as fotos, áudios e vídeos que guardo da minha segunda mãe são, hoje, grandes tesouros. E foi impossível não me emocionar ao falar sobre isso no palco, em Angola.
Os dados são tão valiosos, que precisam ser respeitados, conhecidos, cuidados, governados.
Sem um projeto sólido de governança de dados, os projetos de IA falham, geram prejuízos, impactos sociais e riscos à segurança.
Foi também o momento de lembrar: serviços “gratuitos” não são para empresas. E projetos de IA não são livres de custo. O custo pode estar no hardware, no suporte, no tempo, na equipe — ou pior — nos seus próprios dados sendo usados para treinar modelos de terceiros. Governança é urgente.

Ahhh Angola…
Minha passagem por Angola não se resumiu ao evento. Foi muito além.
🎤 Dei entrevistas.
📸 Abracei muita gente incrível
🍛 Experimentei pratos maravilhosos.
🤝 Fiz reuniões produtivas.
🌍 E estive no programa Janela Aberta ao vivo da #TPA, a Televisão Pública de Angola, com transmissão nacional

Voltei com o coração quente, mesmo sentindo uma dor enorme. Voltei com mais propósito. Com novos parceiros, novos negócios, novas amizades e novos sonhos.
Angola me deu um pouco de cura, muito aprendizado e ainda mais certeza de que dados e inteligência artificial não são sobre tecnologia. São sobre pessoas. São sobre tempo. São sobre amor.
Por fim…
Empresas que lideram com dados transformam mercados. Líderes que usam IA com ética e propósito transformam o mundo.
Se você quer levar essa transformação para o seu time, projeto ou evento, amos conversar.
A próxima grande história pode ser sobre a sua equipe, o seu palco ou o seu impacto.

Esse texto foi escrito por Dani Monttêiro, uma mulher preta e surda, muito grata pelo seu tempo.